Olá, pais.
Antes de tudo vamos diferenciar distanciamento, isolamento e quarentena. É indicado o isolamento social para pessoas que foram diagnosticadas com o coronavírus, neste caso a pessoa precisa se isolar inclusive da família, em casa ou no hospital dependendo da gravidade. A quarentena é indicada para pessoas que possivelmente tiveram contato com outras pessoas infectadas. Já o distanciamento social que vamos tratar aqui é o que todos nós precisamos e vamos fazer em casa pelas próximas semanas.
O distanciamento social é um ato de humanidade, é pensar não só em nós, mas também no coletivo.
É sabido que a maioria da população vai ser infectada e talvez nem saiba, já que os sintomas não vão aparecer, porém têm uma grande parte que está no grupo de risco (idosos e pessoas com doenças como diabetes, hipertensão, problemas pulmonares, etc.). Essas pessoas podem adoecer seriamente, a ponto de vir a óbito, e o sistema de saúde sofrer um colapso e não conseguir dispor de recursos básicos para atendimento.
Por isso se fala tanto em “achatar a curva”, fazer a contaminação ser o mais lenta possível, para assim os hospitais conseguirem tratar quem precisa.
Todos nós sabemos sobre a crise que estamos passando, onde o nosso principal inimigo é invisível , difícil de combater. Então olha a importância de ficar em casa!
Como nosso cérebro reage ao distanciamento social?
E como ficam as emoções?
Na segunda semana de distanciamento social pode haver no nosso cérebro o aumento da liberação de cortisol, e as pessoas começam a manifestar nervosismo e ansiedade, podem começar a ficar inquietas dentro de casa, porque mudou muito a rotina.
O medo irracional também pode aparecer, onde o cérebro submetido ao estresse começa a atuar somente no lado emocional, não consegue trabalhar na lógica, na parte racional, na razão. As pessoas começam a olhar e prever a parte pior da crise, como se estivessem antecipando um sofrimento, achar que podem morrer, que vai faltar alimentos. Por isso vemos tantas pessoas fazendo estoque de mantimentos, sem conseguir olhar para o coletivo.
As pessoas também acreditam que estão sempre no controle na vida, e sabemos que na realidade não temos esse controle que imaginamos, e essa pandemia mostra exatamente isso, de como somos vulneráveis.
É natural acontecer uma mudança de rotina no período que estamos vivendo, e pode se tornar muito ruim se começar a aparecer o tédio e a frustração de forma descontrolada. O tédio traz um grande vazio, e muitas vezes as pessoas tendem a preencher esse vazio com impulsividade e compulsão, então muita atenção para não desencadear uma compulsão por comida, compras na internet, etc.).
O que fazer para lidar melhor com o distanciamento social?
A primeira dica é criar uma rotina para a família, incluindo as crianças, uma rotina diferente que se encaixe no novo cenário. Na rotina pode ter o período de estudo em que as crianças deveriam estar na escola, visto que a criança precisa entender que não são férias, e sim uma necessidade de distanciamento.
Nessa rotina cada pessoa precisa ter o seu pedaço de responsabilidade, para que esse peso não fique somente para uma pessoa (normalmente as mães), isso inclui divisão de tarefas da casa também entre as crianças, um horário para o lazer que pode ser incluído o uso de eletrônicos com o tempo maior que o de costume. Vejam que eu sempre falo da importância de reduzir o uso de eletrônicos, mas nesta situação o importante é saber escolher bem conteúdos bons para as crianças consumirem, e que podem depois se tornar um diálogo, um assunto para a família interagir.
Para as crianças e adolescentes precisa estar claro de que não são férias, que elas também têm o seu pedaço de responsabilidade nesta crise, para que assim todos passem bem por esta fase.
Termino aqui desejando que todos utilizem este momento para aprender e amadurecer e olhar o quanto a nossa prioridade precisa estar nas coisas que muitas vezes deixamos em segundo plano, família, humanidade e amor.
Esta é a reflexão de hoje!
Compartilhem este texto, vamos levar informação e juntos aprender mais!
Abraços,
Aparecida Sales
Psicóloga Infantil

