Olá, pais!
No texto de hoje vamos falar sobre um tema muito atual em nossas vidas: a geração digital versus a educação.
Estamos na era da tecnologia, e quando eu digo “estamos”, é porque não são só as crianças, nós adultos muitas vezes somos abduzidos pelo celular, computador, televisão, e esquecemos de algo tão valioso e importante, esquecemos de nossos relacionamentos com os filhos, cônjuge e amigos.
Quando falamos dos nossos pequenos, esse assunto fica ainda mais polêmico, porque as crianças estão cada vez mais cedo sendo apresentadas a eletrônicos e eles estão se tornando fortes vilões para o desenvolvimento e educação.

Então pais, será que a saída é lutarmos contra a tecnologia e tentarmos eliminá-la definitivamente de nossas vidas e da vida das crianças? Eu respondo que não. Não podemos enxergar os eletrônicos como vilões, mas sim o tempo em que as crianças passam utilizando os mesmos, e a ausência de outras brincadeiras que trazem a criança para o mundo real, como por exemplo: esconde-esconde, andar de bicicleta, encontrar os amigos no parque e criar novas brincadeiras em grupo.

O que quero dizer, é que é irreal pensar em uma infância livre da influência de eletrônicos, mas é possível equilibrar a quantidade e qualidade do tempo em que as crianças passam diante de tablets, celulares e todos os outros eletrônicos. Dar limites para essa utilização não é só preciso, é necessário para que essa criança consiga desenvolver outras habilidades que serão importantes para toda a vida.
Quais os principais impactos que o uso não equilibrado de eletrônicos podem causar aos pequenos?
- Ficar por muito tempo sozinho olhando para a tela de um tablet, celular ou vídeo game pode atrapalhar a capacidade de se relacionar dessa criança, o desenvolvimento da empatia e também do autocontrole;
- Além do impacto negativo dentro das áreas comportamental e emocional dessa criança, vale reforçar o sedentarismo, outro problema social que vem crescendo muito na infância;
- Todos os eletrônicos emitem uma luz de sua tela capaz de reduzir a produção de Melatonina, hormônio fundamental para indução do sono. Sem essa substância fica difícil a criança conseguir pegar no sono, ou após dormir acordam várias vezes durante a madrugada. Sendo que a ausência de uma noite bem dormida pode interferir na capacidade de memória e no aprendizado diário.
Pais, então o que fazer para que o uso de eletrônicos não atrapalhe o desenvolvimento e a educação que vocês almejam dar aos seus filhos?
- É muito importante que eletrônicos não sejam apresentados à criança antes dos dois anos de idade, pois nesses primeiros anos de vida o bebê não consegue relacionar o que vêem na tela do aparelho com a realidade. Além disso, é fundamental que os pequenos nessa idade tenham acesso a brinquedos concretos, como desenhar, ouvir histórias infantis contadas por vocês e brincar com brinquedos de empilhar e montar;
- Substituir eletrônicos por brinquedos, livros, brincadeiras criadas pela própria criança ajudam a estimular as conexões entre os neurônios, além de serem aliados na formação da personalidade e desenvolvimento da linguagem;
- O uso de eletrônicos precisa ser consciente para toda a família, a começar pelos pais ou cuidadores que são referências para essa criança. Como exigir que o pequeno pare de utilizar a todo momento o eletrônico, se nós como exemplos, ficamos o tempo todo com o celular nas mãos? Então, posso dizer que essa iniciativa precisa partir dos adultos e ser direcionada de forma natural para as crianças;
- Utilizar eletrônicos na hora das refeições e antes de dormir não pode ser uma rotina para essa criança;
- Utilizar eletrônicos por no máximo 1 hora por dia já pode ser considerado um tempo equilibrado e que não trará grandes impactos;
- O ideal mesmo, é que a criança tenha o seu próprio celular após os 12 anos. Antes disso, utilizar (emprestado) o celular dos pais, e de forma controlada.

Agora podemos tirar a culpa que em alguns momentos são direcionados aos eletrônicos, e colocar em ação práticas conscientes de como utilizá-los sem deixar de lado o convívio tão rico que deve existir entre toda a família.
Esta é a reflexão de hoje!
Compartilhem este texto, vamos levar informação e juntos aprender mais!
Abraços,
Aparecida Sales
Psicóloga Infantil

